29.4.07

1-1

Que sabor amargo este empate tem! Triplamente. Por um lado, porque hipotecámos - ainda que não matematicamente, mas sejamos pragmáticos... - todas as hipóteses de chegar ao primeiro lugar. Segundo, porque não fomos capazes de alcançar o segundo lugar num jogo de "seis pontos" e, dessa forma, ficámos também dependentes de terceiros para chegarmos ao apuramento directo para a Liga dos Campeões. E, finalmente, porque, com este resultado, o Porto vê minimizados os estragos que a derrota no Bessa poderia causar.
Pessoalmente, penso que até seria preferível que, não podendo ganhar o Benfica, o resultado tivesse sido favorável ao Sporting, para que os azuis e brancos não ficassem com tanto espaço para respirar no topo da tabela. Assim sendo... adivinha-se um desfecho desastroso para esta época.
Fica apenas uma pergunta: porque é que o contrato de Fernando Santos já foi renovado? Não há objectivos a cumprir pelo treinador?

13.4.07

E agora, Benfica?

Acabou o sonho da UEFA. Quando precisávamos de um golo - um golo apenas! - para passarmos a uma meia-final europeia, a equipa subiu ao relvado desmotivada, lenta e sempre enredada na teia do Espanhol que, jogando pouco, conseguiu fazer o Benfica jogar ainda menos. A primeira parte foi especial testemunho disso mesmo. Os catalães fizeram o seu único remate perigoso de todo o jogo, enquanto que o Benfica nunca encontrou forma de se libertar das amarras e chegar à área de Gorka em condições de marcar. Melhor no segundo tempo, a equipa mostrou finalmente vontade de desfazer o nulo. Rui Costa, Miccoli, Nuno Gomes e Mantorras bem tentaram, mas o guarda-redes, o poste direito ou a má pontaria acabaram por manter o resultado em branco e abriram as portas da fase seguinte ao Espanhol.
Há várias coisas que não entendo. Em primeiro lugar, como se pode pensar disputar três competições com 11 jogadores? Neste momento crucial da época, em que importava mais que nunca jogar bem e ter força para lutar até ao fim, vemos um plantel curto e os titulares sobrecarregados e cansados. Fernando Santos não aposta numa rotatividade, encalhado entre o rendimento mais fraco dos suplentes e a necessidade de ganhar. O resultado disso é que, agora, vê-se na contingência de recorrer por obrigação aos tais suplentes, sob pena de ver a equipa "rebentar" ao intervalo. Olhando para o calendário, em que Braga e Sporting, em casa, e Marítimo, nos Barreiros, ainda esperam o Benfica - são os três próximos adversários, precisamente -, pode-se pensar se esta gestão de esforço assente na rotatividade não poderia já ter sido feita mais cedo.
Legítimo, também, é pensar em que estratégia se insere a política de reforços do Benfica. Para que se contratou Derlei se, pelo que se tem visto, a resposta a uma boa parte dos problemas do ataque está sentada no banco há muito tempo? Mantorras, claro. Acredito que teria sido tremendamente mais útil encontrar um lateral direito de qualidade, alguém para fazer concorrência a Nélson, obrigando-o a empenhar-se mais. O cabo-verdiano está nas suas sete quintas naquele plantel e, de há vários jogos para cá, defende de forma discplicente e não acerta um cruzamento. Quem há para substituí-lo? Ninguém.
Um bom central - para tapar o enorme buraco deixado por Ricardo Rocha - e um verdadeiro ponta-de-lança de qualidade (daqueles com créditos inegáveis comprovados pela quantidade de golos marcados e não pela qualidade do jogo sem bola ou de costas para a baliza...) devem ser, em minha opinião, as prioridades de topo da lista de contratações encarnadas, a par com o tal lateral direito. Se Luís Filipe Vieira, renovado que está o contrato de Fernando Santos, passar o defeso sem garantir reforços para estes três sectores, creio que bastará rever o filme desta época para adivinharmos como será a próxima. Oxalá me engane.