30.5.05

Confirmado

Tomislav Sokota vai ser jogador do Porto na próxima temporada. O atleta confirmou hoje a vinculação ao clube nortenho, adiantando ainda que gostava de ser campeão de dragão ao peito.

Era para ter vindo a voar, mas...


Pois é, como dizer...? Levámos no lombo! OK, a tareia não foi assim tão grande, mas ficar sem a Taça - que era nossa, diga-se - custa um bocado, ainda por cima em ano que podia ser de dobradinha. O Benfica entrou mal no jogo, mas disfarçou com um penalty cheio de manha, lance típico em que o avançado adianta a bola e espera que o guarda-redes caia na esparrela - o de ontem caiu. Com 1-0 no marcador, a festa começava a pintar-se de vermelho, mas seria sol de pouca dura, já que os novos campeões não souberam impor o seu futebol e levar o Vitória às cordas. Simão, Petit e Manuel Fernandes ficavam furos (crateras?) abaixo do que é habitual e, em consequência disso, o meio-campo perdia consistência e os espaços para os sadinos cresciam a olhos vistos. O lance do golo espelha bem o desacerto da defesa: todos fizeram cerimónia na hora de chutar para longe e até a habitual muralha (Rocha de seu nome) falha um corte relativamente fácil, traindo Moreira. Tudo empatado, mas claro ascendente para o Setúbal, que não só empatava como estava solidamente a tomar o comando do jogo. Apesar disso, o Benfica estava longe de sufocar. Os encarnados tinham mais posse de bola e levavam mais vezes o jogo para a frente - só que na hora de finalizar, nada resultava. Nuno Gomes ainda tentou um toque em habilidade, mas a bola encontrou um defesa e foi para fora. No lance de maior perigo para as redes sadinas na primeira metade (à excepção do penalty, claro), o guardião Moretto bateu a bola contra Nuno Assis e por pouco não acabava atraiçoado pelo excesso de confiança. No seguimento do lance, a bola sobra para Simão que, com dois colegas na área, cruza para as mãos do guarda-redes vitoriano.
O 1-1 ao intervalo era reflexo de um rebuscado equilíbrio: o Benfica com maior posse de bola mas pouca eficácia, o Vitória com escassas ocasiões mas aproveitamento altíssimo. A segunda parte nada trouxe de novo. Se o Benfica estava inconsequente, assim se manteve nos segundos 45 minutos, dando azo a que o Setúbal pudesse espreitar um golpe de sorte para ganhar vantagem. Manuel Fernandes, em excelente trabalho individual, ainda procurou o que doutra forma se não conseguia, com um fabuloso remate de meia distância, parado a custo por Moretto. O tal lance de sorte chegaria a 18 minutos do fim. Moreira defende para a frente um remate forte que parte de fora da área (mas bem à vista do guardião encarnado) e Meyong não tem dificuldades em facturar na recarga. Era o princípio do fim do sonho, que já há muito se percebia que o Benfica não tinha pulmões nem cabeça para fintar o destino. O Vitória conqusitava, assim, merecidamente a terceira Taça da sua história, revelando-se osso duro de roer para os da Luz: em quatro finais, duas vitórias para cada lado.
Feito o filme do jogo, queria deixar mais algumas considerações:

- TRAP: a semana não foi famosa para o italiano. A conquista do título deixou-o a tocar o céu, mas a novela do regresso a Itália foi um fardo de que não se livrou. As mexidas opcionais no onze titular revelaram-se falhadas e a raposa deixou fugir uma galinha que lhe escapa desde sempre - a dobradinha.

- MOREIRA: com perfeita visibilidade da bola no lance do segundo golo, Moreira faz uma defesa desastrada para a frente, permitindo ao Setúbal ganhar vantagem no marcador. O guarda-redes já reconheceu culpas na jogada, mas isso não desfaz o mal: Moreira acusou a pressão e deu razão aos que preferem Quim na baliza. Além disso, não se livrou de algumas assobiadelas por demorar a colocar a bola em jogo, ainda com o resultado em 1-1. Para os mais esquecidos dos motivos que o levaram ao banco, Moreira fez uma verdadeira visita guiada ao passado recente. O amor, no entanto, é e será cego...

- FYSSAS: mal, o grego. Muito mal, aliás. Mal na exibição, nos passes falhados, na falta de sentido posicional e nas jogadas que consentiu pela sua faixa do terreno. Dos Santos já era desejado na primeira parte... Muito mal, depois, na hora da substituição, contestando a decisão do técnico sem qualquer sinal de consciência da má exibição que estava a realizar. Se, a determinada altura, Fyssas foi relegado para o banco, ontem percebeu-se inequivocamente o porquê da decisão.

- PETIT: é um jogador útil, mesmo quando joga mal. Ontem não estava nos seus dias, mas fartou-se de recuperar bolas. O pior era depois... passes falhados, remates desastrados, livres sem direcção. Um dia mau no trabalho.

- MANUEL FERNANDES: a doença que afectou Petit estendeu-se ao companheiro do meio-campo. Manuel Fernandes parecia ontem um jogador vulgar e isso basta para dizer quão mal lhe correu a tarde. Honrosa excepção para o excelente remate da segunda parte.

- NUNO GOMES: o mal é antigo, mas atingiu ontem um pico. O avançado já deu provas de que não se sente à vontade com a bola, tem problemas na recepção, não sabe jogar de frente para a baliza e, por cada lance que constrói, arruina dois ou três. Ontem fez rigorosamente zero. Tentou um golo de calcanhar, no primeiro tempo, mas isso não chega para quem tem a seu cargo o ataque do Benfica. Nuno Gomes pode ser um bom avançado, fixar bem os adversários, criar preciosos espaços; como ponta-de-lança é péssimo! Não seria mau rever as condições contratuais do 21 e procurar um substituto capaz de fazer um mínimo de 15 golos por época. Serão os Liedsons tão raros neste mundo?!

- GABRIEL ALVES: já não há paciência para este papagaio que a RTP insiste em impingir-nos a cada jogo de bola. Hoje esteve particularmente irritante: que o Benfica estava jogar mal, todos vimos; que o Gabriel Alves fizesse alarde disso a cada cinco minutos, pareceu-me exagerado. Não se arranja outro comentador mais sereno? Mais ao jeito do Mourinho, no Portugal-Espanha do Euro 2004?

Pronto. Acho que não me esqueci de nada. Falta só deixar os parabéns ao digno vencedor e esperar pelo próximo troféu, com o título de campeão orgulhosamente guardado no bolso!

E NINGUÉM PÁRA O BENFICA, E NINGUÉM PÁRA O BENFICA, E NINGUÉM PÁRA O BENFICA, ALLEZ, OOOOHHHHHH! ;)

29.5.05

2005-2006

Antes de mais, convém não esquecer que hoje é dia de Taça. O Benfica vai pela 33ª (será? eu li isso esta semana, mas já não sei o número ao certo) ao Jamor, desta vez em busca da 25ª Taça para a sala de troféus. Não só isso, como vai procurar fazer a dobradinha, enterrando assim de vez o período mais negro da sua história. Logo mais...

FORÇA BENFICA, LALALALALALALA, FORÇA BENFICA...

Mas a verdadeira razão deste post é outra. É a de dar a conhecer a "cara" da equipa no próximo ano. A imagem que abaixo podem ver anda a circular com alguma insistência como sendo a dos próximos equipamentos oficiais do SLB para 2005/06. Pessoalmente, não gosto muito... demasiado branco, muitas mariquices de arquinhos e risquinhas aqui e ali. Era mais bonito o equipamento "pré-centenário", todo vermelho, só com gola e riscas brancas (nas mangas). O pior de tudo está ao centro: PT. Já tenho saudades da Vodafone... ficava mesmo bem no nosso vermelho. Ainda por cima, estes gajos são uma empresa que mete nojo aos porcos. Enfim, faz-se o sacrifício pelo dinheiro que dão ao clube. O pormenor mais bonito, esse, não se vê: as quinas. Mas vão lá estar, que o título já ninguém nos tira. Ainda pensei em comprar uma camisola destas novas, mas depois de ter encontrado uma oficial de 2002/2003 a 20 euros no Feira Nova, achei que podia fazer a festa por menos dinheiro! :)
Aqui estão, então, os uniformes para a próxima temporada:

24.5.05

O nosso verdadeiro nome



E, ao fim de 11 anos, o Benfica volta a conquistar o título de campeão. As quinas voltam à manga esquerda da nossa camisola, seu lugar por excelência e de onde andaram perdidas por mais tempo que o habitual. Vê-se, até na crise, a nossa grandeza: bastaram-nos onze anos para reerguer o troféu máximo do futebol português, enquanto que nenhum dos outros "grandes" (e quão grandes podem ser, ao nosso lado?) esperou menos de 18 para fazê-lo.
O Benfica ganhou à Benfica. Sofrendo até ao fim. O golo de Simão parecia ser o princípio de grande festança, mas Éder fechou "a jaula" antes que o gigante se soltasse de vez. A ânsia cresceu, mas o resultado era bom. Intervalo e segunda parte. Roíam-se unhas, rezava-se. Simão, a fechar a época em total entrega, podia ter dado novo balão de oxigénio às hostes encarnadas logo no primeiro minuto do segundo tempo, mas Khadim, em dia de mostrar que não é grande só em centímetros, desviou para canto. Sofria-se a bom sofrer e o Porto marcava. Um golo do Boavista e a festa resvalaria imediatamente para tremenda desilusão colectiva. A defesa aguentava e o ataque insistia, mas não havia maneira de fazer o segundo. Até que, a dois minutos do fim, o estádio irrompe em delírio: golo da Académica. Já ninguém se calava e, se alguém restava sentado - como eu, em casa -, não mais se sentaria até ao fim do jogo. E que final! Pedro Henriques apitou e foi tempo de festa! Gritar CAMPEÕES como nunca antes, abraçar quem estava ao lado e sentir a emoção apertar e a cabeça rodopiar, como onze anos de frustração a esvaírem-se pelo ralo. Depois, abrir a varanda e, apenas com esboços das primeiras buzinadelas na rua, gritar outra vez, mais alto ainda, ecoando pelas ruas circundantes: CAMPEÕEEEEEEESSS!!!
Depois de arrumar a casa - por sinal, de um portista, mas que tem trazido grande sorte em jogos do Benfica -, hora de sair para a rua, tejadilho e vidros abertos, CD dos Diabos quase no máximo! O trânsito estava de loucos, era um coro de buzinas a dar som a um caleidoscópio de piscas e luzes de travões. Ninguém andava, todos cantavam, todos em festa pelo Benfica campeão. Não cheguei às Avenidas, mas encontrei um lugar a 20 metros delas. E o resto da noite fez-se a pé. Descer a Liberdade em cânticos repetidos até à exaustão, mas com um sorriso nos lábios e molas nos pés. Campeões, campeões, nós somos campeões!
A meio, uma mostra de revoltante mau-perder: um qualquer atrasado mental, num Grad Cherokee, entra na Avenida, junto ao Hotel Turismo, de pé no acelerador. Ao vê-lo, cheguei-me ao passeio e fiz-lhe sinais para ir com calma. Nem de propósito. Dez metros depois, o cabrão atropelava uma rapariga e nem do carro saiu para ver como ela estava. Voltei para trás, com vontade de apertar a garganta de alguém, mas o boi fugiu antes que as pessoas à volta se apercebessem do que se tinha passado. Felizmente, a rapariga levantou-se sem problemas e continuou o seu caminho. E eu também...
A festa no fundo da rua era menor que no início, por isso não houve dúvidas: subir outra vez! Asma? Qual asma?!? O Benfica é campeão! No cimo, mais cantoria, mais saltos, mais festa. E fome. O mata-bicho foi no McDonald's, de onde assisti a uma carga da PSP sobre um grupo de rapazes que estavam num jardim ali ao lado. Não sei o que tinham feito, mas o arraial de bastonada e a perseguição em louca correria pela Avenida Central pareceram-me exagerados. Estômago cheio, segunda dose de festa. No muro que ladeia a saida do túnel, mesmo em frente à Casa do Benfica, tempo para assistir e tirar fotografias. Escusado era o arremesso de petardos para junto das pessoas, que poderia ter magoado alguém. Apesar de a festa estar boa, não havia tanta gente na rua como eu esperava. Talvez a proximidade do Porto tenha levado muitos a ir comemorar para junto dos jogadores.
Antes de voltar a casa, tempo para dar uma volta pelas zonas mais calmas da cidade e arruinar o sossego do povo. Buzinar aqui e ali, junto a algumas casas em maior sossego, só para lembrar que o Benfica tinha voltado e a noite era vermelha, de paixão, de sangue e da águia.
Sofá, finalmente. As pernas já pediam. Longa se tornou a espera até às quatro, altura em que os jogadores chegaram à Luz. Não gostei da diferença abismal de recepção aos guarda-redes. Quim entrou primeiro, saudado com um simples aplauso, e Moreira, logo a seguir, foi recebido com estrondosa ovação. Isto pode dar para o torto... Já com todos em palco, aquilo que se esperava: invasão de campo, inevitável, previsível e, ao fim e ao cabo, natural. Não percebi o porquê do drama dos comentadores da televisão. A culpa, afinal, não e só da falta de civismo, mas também da segurança do recinto. Nada que, em minha opinião, tenha "acabado com a festa", como muitos disseram. Enfim, tudo visto, hora de recolher. Em casa, finalmente, tempo para pendurar a bandeira de Portugal sob o cachecol que esteve toda a semana na varanda, em jeito de confiante esperança no título que acabava de chegar. Cansado, deitado, tempo apenas para um pensamento:

Parabéns, rapazes. Parabéns e obrigado!

PS - acordei tarde, depois da festa, como é óbvio; depois de telefonar para o Porto a dizer que ia chegar atrasado, o chefe liga de volta a dizer que não preciso de ir... vantagens de ter um manda-chuva benfiquista!

PS 2 - Novo cabeçalho no blog, com as quinas, para que não restem dúvidas. Deu trabalho, mas desconfio que não vai durar muito... para a semana pode vir a Taça e não vai, certamente, ficar esquecida!

23.5.05

Campeões 2004/2005

Pela 31ª primeira vez nos seus mais de 100 anos de existência, o Benfica (vulgo, Glorioso) conquista o mais importante título do futebol nacional.
Bastou um empate no xadrez do Bessa (1-1) para não precisar de esperar pelo resultado do rival FCPorto (que, por curiosidade, sofreu um golo a 20 segundos dos 90 minutos, empatando a uma bola com a Académica).
Num Campeonato que muitos dirão "nivelado por baixo" e "rico em polémicas", a verdade é que Trapattoni conseguiu o que há muito, milhares (posso dizer milhões, não posso) de portugueses aguardavam.
No final do jogo, o primeiro abraço da "Velha Raposa" foi para um dos maiores obreiros deste feito: Álvaro Magalhães. O adjunto exala benfiquismo. Hoje, mais uma vez, provou-o!


A toda a equipa técnica, a todos os profissionais, a todos os sócios, adeptos ou simpatizantes do Glorioso:

Muitos Parabéns!

Fehér também foi campeão, hoje!

19.5.05

João Manuel (1967-2005)



João Manuel foi ontem vencido pela doença que o consumiu durante os últimos meses. O óbito ocorreu no Hospital de Nª Srª da Oliveira, em Guimarães, pelas 11,15 horas de ontem, pondo termo à vida de um futebolista de 37 anos que deixa um filho de apenas sete. O ex-jogador foi um exemplo de persistência, lutando contra a esclerose múltipla enquanto as forças lho permitiram. Mas foi também um terrível exemplo de quão frágil a vida humana de facto é. No início da época, em Agosto, João Manuel alinhou pelo Moreirense frente ao Vitória de Guimarães e, uma semana depois, cumpriu aquele que muitos dizem ter sido um sonho do próprio: jogar na imponente nova Luz. Quando o árbitro apitou para o final da partida, a carreira de João Manuel tinha terminado, sem que ninguém ainda o soubesse.
Em Outubro, foi-lhe diagnosticada esclerose múltipla, após terem surgido os primeiros sintomas de descontrolo nervoso. A doença evoluiu de forma galopante, roubando a João Manuel grande parte das capacidades de andar, falar e controlar os movimentos. Em Março, visivelmente debilitado, foi recebido por Jorge Sampaio na residência oficial do Presidente, que o distinguiu com o Prémio Carreira, do Sindicato dos Jogadores. Foi a última aparição pública do ex-jogador. Segundo o JN, uma pneumonia agravou o seu estado de saúde nos últimos dias, acabando por se tornar num obstáculo inultrapassável.
Esta situação faz-nos pensar. Quem pode, em consciência, dizer que está bem e fazer planos para o futuro próximo com grandes certezas? A vida não pára, é claro, mas está bem à vista que não precisa de muito para acabar. Que descanse em paz.

A Taça que foi para o frio

Amigos sportinguistas, um conselho: façam download desta foto



e colem na parede do vosso quarto, aí a uns dois ou três metros dos pés da cama. Depois, vão ao hiper mais próximo e comprem umas dúzias de dardos. Está? Agora deitem-se na cama e tratem de afinar a pontaria. Quem lhe enfiar seis setas na boca ganha!
Pois é... o CSKA lá levou o caneco para casa, apesar da enorme onda de confiança que rodeava o Sporting. A equipa até mostrou bom futebol durante 45 minutos, mas depois o senhor do retrato tratou de fazer das suas outra vez. Primeiro, batido por um livre que lhe passa por cima de uma forma estúpida e, depois, repartindo culpas com Enakarhire, Ricardo encarregou-se de garantir que o Sporting perdia também o segundo troféu do ano, depois de ter hipotecado todas as hipóteses de vencer o campeonato.
Se, por manifesto azar, o franguei.... guarda-redes em questão estivesse no Benfica - e quão perto esteve isso de acontecer, meu Deus! - o mínimo que se poderia fazer era obrigar a direcção a não lhe pagar pelo menos um mês. O justo até seriam 12, já que, em apenas quatro dias, o avicultor do Montijo estragou o trabalho de um ano inteiro.
Mas, pronto, não quero meter-me em assuntos internos dos outros clubes. Lamento que o Sporting não tenha ganho, seria um feito enorme para o futebol português. Paciência... Mas lá que o Ricardo até conseguiu irritar-me a mim, ultra-benfiquista convicto, isso conseguiu...

Correcção

No post de ontem, o emblema do CSKA incluído na montagem que fiz não é o correcto. Aquele é o do CSKA, sim, mas do de Sofia (Bulgária). O alfabeto cirílico induziu-me em erro, apesar de a bandeira búlgara estar lá, à vista de todos. O emblema certo seria este:

18.5.05

Porque boa vizinhança nunca é demais...

Boa sorte, Sporting.

15.5.05

Preciso de dizer mais?


Falta um ponto para a festa. Domingo, dia 22, às 16 horas, no Bessa. Já sofremos uma época inteira, vamos aguentar os últimos 90 minutos também. FORÇA BENFICA!

OK, por uma questão de respeito à imensa faixa populacional que diariamente faz deste blog a sua fonte preferencial de informação desportiva isenta e rigorosa, vou acrescentar umas linhas:
Estádio da Luz, 65 mil nas bancadas, ambiente escaldante para um dos derbies mais importantes de que há memória. A vitória era o resultado que ambas as equipas traziam em mira, ainda que o Sporting pudesse preparar-se para a festa em caso de empate. O Benfica, por seu lado, não tinha alternativa: ou ganhava ou poderia ver-se quase irremediavelmente afastado da corrida pelo primeiro lugar.
À mesma hora, o FC Porto jogava em Vila do Conde e esperava pelo empate entre os rivais de Lisboa, resultado que melhores perspectivas lhe abriria para a derradeira jornada já que, numa situação extrema, poderia sagrar-se campeão com um simples empate. Os azuis-e-brancos, ainda que sabendo não poder alcançar a liderança imediatamente, eram parte importante desta jornada. Qualquer resultado que não a vitória colocá-los-ia fora da rota do título e abriria caminho à festa de outro campeão - a menos (lá está!) que ambos os jogos acabassem em empate.
Na Luz, o Benfica entrou disposto a mandar, mas a pressão era impossível de disfarçar e impedia que a equipa rubricasse uma exibição esclarecida. Os comandados de Trapattoni dominavam, sim, mas não eram suficientemente acutilantes para colocar o Sporting em respeitoso sentido. Manuel Fernandes era quem mais se destacava no relvado. Em dois tiros de meia-distância (aos 20 e 36 minutos) levou perigo junto das redes de Ricardo, mas o guarda-redes, na primeira vez, e a má pontaria, na segunda, não lhe permitiram facturar. Pelo meio, Douala teve nos pés o 0-1, mas Quim opôs-se ao remate do camaronês de forma superior.
Com o Benfica sempre na mó de cima, o intervalo não chegaria sem mais uma oportunidade digna de registo. Lançado na direita, Miguel vê Nuno Gomes sozinho no lado oposto. O cruzamento do lateral acabaria, no entanto, por sair defeituoso, proporcionando tempo de intervenção ao guardião leonino. Tudo empatado na saída para os balneários. Em Vila do Conde, porém, as coisas estavam ainda mais complicadas: o FC Porto vencia - com golo irregular de McCarthy (dominou nitidamente a bola com o braço esquerdo) - e deixava antever o adiamento de qualquer festa.
A precisar de vencer, Trapattoni não deve ter poupado os jogadores durante o descanso. O Benfica apresentou-se para o segundo tempo com novo vigor, a jogar com maior velocidade e a encostar o Sporting ainda mais ao seu último reduto. Em menos de dois minutos, já Simão estava cara-a-cara com Ricardo mas, na tentativa de contornar o guarda-redes, o capitão encarnado perde tempo e ângulo, acabando por rematar contra os pés do opositor.
O jogo segue vivo e sempre com o Benfica a mostrar-se superior. O Sporting jogava a maior parte do tempo no seu meio-campo, mas não deixava de procurar uma contra-ataque que pudesse fazer mossa na defesa benfiquista. Percebia-se, porém, que a preocupação primordial de Peseiro era não sofrer golos e só depois procurar marcar. O minuto 64 marca um ponto de viragem. O ataque do Benfica desenha uma soberba jogada de perigo. Sempre ao primeiro toque, a bola passa por dois jogadores antes de chegar a Assis. Este descobre Simão solto na esquerda, oferece-lhe o golo, mas não era aquela a noite do camisola 20 da Luz. Simão procura colocar a bola em arco, cruzada, mas o remate bate Ricardo e o poste, acabando por sair pela linha de fundo.
Esta perdida pareceu lançar o Benfica numa certa descrença que serviria de tónico ao Sporting. Dois minutos volvidos, Peseiro começa a mexer na equipa, lançando Tello no lugar de Rui Jorge. E, aos 67, Rochemback cobra de forma violentíssima um livre a cerca de 25 metros da baliza. Quim apenas consegue socar para cima e para o lado, acabando por ver, com alguma felicidade, a bola sair por cima do travessão. O Sporting atravessava o seu melhor período e Peseiro queria aproveitar essa ponta de superioridade para lançar pedras importantes na sua estratégia: Pinilla entra para o lugar de Douala, bastante apagado, e Hugo Viana rende Rochemback. O médio português estava em campo há apenas quatro minutos quando quase gelava as bancadas da Luz. Num remate forte e colocado obriga Quim a aplicar-se a fundo para desviar a bola por cima da baliza. Jogava-se o minuto 77 e o Benfica não efectuara ainda qualquer substituição. Não tardaria, porém. Um minuto depois, Mantorras entra no jogo, substituindo um esgotado Miguel. A Luz voltava a acreditar e, mesmo com o Sporting a dominar, o publico cantava novamente o nome do Benfica.
Coincidência ou não, nunca se saberá, mas a verdade é que o golo acabaria por surgir pouco depois. Petit cobra livre na esquerda e Luisão salta com Ricardo, atrapalhando a acção do gurda-redes, que permite que a bola ressalte na cabeça do brasileiro e pare apenas no fundo das redes. Paraty não viu qualquer irregularidade na jogada e a Luz explodia de alegria. Com sete minutos para jogar, o Benfica fazia o Sporting andar na prancha, prestes a "saltar" da corrida pelo título. Os da casa não tinham, no entanto, todos os condimentos para a festa. O FC Porto vencia já por 2-0 em Vila do Conde e adiava tudo para a trigésima-quarta e última jornada.
Com a euforia instalada nas bancadas, Trapattoni fez ainda entrar João Pereira para o lugar de Nuno Assis e Alcides para a "posição" de Nuno Gomes. Pelo meio, a tarefa encarnada ficava facilitada pela expulsão de Beto. O defesa leonino protestou com o auxiliar de Paraty após um lance de ataque do Sporting, acabando por ver um vermelho directo. O Sporting pareceu, então, resignar-se à condição de vencido e, nos seis minutos de desconto concedidos pelo árbitro, nenhum outro lance de perigo seria criado.
O Benfica vencia assim o derby e emabalava para o título, 11 anos depois da última conquista. Entre os encarnados e as faixas está agora um único ponto, que terá de ser disputado no Bessa, diante do Boavista.

PS - Para os que insistem numa contagem errada, por inveja ou mera incomoetência, gostava de esclarecer que o Benfica tem no seu palmarés 33 - sim, trinta e três - títulos de Campeão Nacional, e não 30 ou 27 como por aí se ouve dizer.
A saber: três Campeonatos de Portugal, três Campeonatos da Primeira Liga e 27 Campeonatos Nacionais da I Divisão. Se tudo correr bem, daqui a uma semana serão 34.
As dúvidas tiram-se aqui

9.5.05

Coisas da vida...

Liedson viu um cartão amarelo aos 92 minutos do jogo com o Vitória de Guimarães, o que vai impedi-lo de jogar na Luz, diante do Benfica. José Peseiro tinha dito, há algumas semanas, que o 31 do Campo Grande não ia ver mais cartolinas até ao final da época. Pois é, enganou-se... que chatice... e agora, alguém arranja aí um joguinho da Taça para "limpar" o menino?

5.5.05

Ó que felicidade...

Neste momento apetece-me atirar-me para o chão e chorar com os holandeses.

2.5.05

O caminho


Faltam três jogos e, para o Benfica, duas vitórias e uma não-derrota para assegurar o título. Sete pontos, portanto. Quando se disputam nove, é muito, mas para se ser campeão não se pode esperar facilidades.
Bater o Penafiel é, agora, a prioridade máxima. O jogo com o Sporting aproxima-se, mas há que virar todas as atenções para o desta semana. Só ganhando poderemos, eventualmente, festejar o título na Luz, com nova vitória sobre o Sporting.
É um final, pode dizer-se, empolgante e extremamente complicado para um campeonato absolutamente atípico. Complicado para nós porque temos de vencer jogos difíceis, complicado para o Sporting porque está com a moral lá em cima mas tem três pontos de atraso e tem de ir à Luz e complicado para o Porto porque a desvantagem é maior e ganhar todos os jogos que faltam pode não ser suficiente. Mais ainda: se perder em Moreira de Cónegos, na próxima jornada, e o Benfica vencer, as ténues esperanças de revalidar o título ficam mortas e enterradas - seriam sete pontos de atraso com apenas seis em disputa.
O Braga, que durante longas jornadas animou a contenda, acabou por dar razão a Jesualdo Ferreira, que sempre disse que assumir uma luta pelo título era complicado. Está a dois pontos de dizer adeus ao troféu e só uma hecatombe poderia entregar o campeonato aos arsenalistas. Fizeram um grande campeonato, no entanto, e se o segundo lugar parece estar a uma distância já muito difícil de anular, o terceiro - e consequente pré-eliminatória da Liga dos Campeões - é ainda uma possibilidade a ter em conta.
Tudo aponta, portanto, para que o desenlace do campeonato chegue na Luz, num Benfica-Sporting que será impróprio para cardíacos e, sem dúvida, o mais intenso jogo para a Superliga de que Portugal tem memória nos últimos anos.
E é precisamente porque a luta se adivinha árdua que acabo de reforçar o SLBlog com uma contratação de peso. Pronta a trucidar os adversários e a atirar à baliza contrária qual Thierry Henry nos seus tempos áureos está Magnólia, que a partir de hoje colabora a tempo inteiro com o SLBlog. Agora é que NINGUÉM PÁRA O BENFICA (ALLEZ, OOOHHH!!).